quarta-feira, 20 de março de 2013

Vértice.



 

 

            Minha pequena. Deixo em suas mãos a compreensão deste velho escritor.

            Quando procuramos demais, acabamos nos perdendo em nossas pegadas, o verso é tolo como o de qualquer garoto de meia idade. Mas procure entender, são mais tantos quilômetros que exausto faço para te encontrar. Digo exausto, pois os dias passam muito devagar e conviver comigo não é tarefa muito simples como vínhamos conversando em cartas passadas. Talvez se o tempo mudasse, mas a chuva insiste em fazer com que este vagão fique cada vez mais escuro.

            Penso que quando encontrar um diálogo a temperatura desde texto comece a fluir melhor. Por enquanto ficaremos assim, você com sua leitura pausada e eu com meus pensamentos soltos na mesa.

            Corte o pulso deste mandamento, escorra em tinta e em palavras mal colocadas. O mais valioso beijo é aquele que deixou de acontecer. O amor se tornou papel amassado em meio a essas contas. O amor deixou lembranças. Ah, mas se tu soubesses a raridade que é olhar em seus olhos, nem mesmo as pedras mais preciosas teriam este valor.

            Desculpe-me por este trabalho. Acabei demorando demais para escrever e me perdi lembrando como faziam os astrônomos, perdi todo o sentido das palavras quando tentava colocar seu nome em alguma estrela. Perdi a mania de chama-la para sentar a mesa, de puxar a cadeira e elogiar seu cabelo. Perdi o relógio e a passagem de volta, por favor, aguarde.

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