domingo, 30 de setembro de 2012

M.R.U


As árvores conversam com o vento as loucuras que o tempo deixou de apresentar.

O tempo nega a loucura e diz para as árvores que o vento não mais voltará.

A cidade entende que o vento não voltara e aceita o tempo que deixa estar.

A flor acredita ser árvore para poder se enfeitar.
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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Quilting e os retalhos do tempo.



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Não ligue. Os pingos de chuva são só saudade de estar ai, saudade de contornar os versos e a fala tremida de um velho e uma bengala. Mas aproveitem, faça seu coração bater o mais forte possível, sinta a voz dele conversar com você, pois quando isso acontecer eu estarei ao seu lado, corra, até que seu sorriso rasgue esta imagem cinza do céu, do seu céu.

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domingo, 16 de setembro de 2012

Decupar.

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            Minha pequena venha morar comigo em minha fazenda, traga seus livros e sua psicologia para o ar do campo, traga também meias, aqui esta frio e o tempo muda constantemente. Ao levantar hoje senti seu perfume mais perto e ao imaginar que abrir os olhos encontraria os seus, senti uma leve frustração, então corri pela casa a gritar seu nome. Deparei-me com seus bilhetes e uma foto sua que fez abrir as lagrimas de meus olhos e os sinos da igreja.
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domingo, 9 de setembro de 2012

Rascunho.


            Era para ser junho, mas São Pedro não estava muito para o frio. Esqueceu de ligar o ventilador e acabou esquentando naquelas duas ou três semanas em que ela viajou para o sul.

            Durante muitos anos o inverno foi rigoroso para aquela cidade do sul, mas naquela semana de Junho não. A paisagem continuou com seus tons de vermelho como se fosse Outono, parecia que a aguardavam com delicados presentes de folhas prestes a secar. A temperatura estava exatamente dezoito graus, aquele ato de despir o cabide já não era necessário.

            Lembro como se fosse ontem, a porta do trem abriu e com a fumaça só conseguia ver as sombras e vultos de pessoas com malas e crianças de colo. Foi quando a reconheci. Pateticamente cocei a cabeça e calmamente fui em sua direção, me deparei com uma mulher de cabelos longos, ondulados, de cor tão única que eu mal conseguiria definir, mas era algo tão delicado e perfeitamente desenhado. Cor por cor, fio por fio, onda por onda, do inicio ao fim. Seu vestido verde combinava com as folhas das árvores.
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