quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Samara



"Ainda escrevo, mesmo que com sede;
Ainda choro, mesmo que deserto. Recolho e enxergo, mesmo que incompleto;
Rezo, mesmo sem unir as mãos. Ainda espero, mesmo sem razão.
Áspero, inspiro castelos."

Riscou o papel com a tinta dos olhos de Samara, não sabia ler nem crescer, és a pena que segura às mãos. Tem pena de mim, exclama, mas cabe em sua pequena mão e escorre pelos anéis de ouro. 
Samara, corações em pedaços. São aqueles meninos que fazem sinais nas ruas, são jornaleiros e aquele poeta sentado na janela, são os maus pensamentos e os amadores de poesia. O café esfria entre os poucos pensamentos, respira o cheiro amadeirado das manhãs em sua casa, respira e desenha em sua água o futuro daqueles que ainda não sabem.
Guarda em ti o segredo dos capricornianos, são dos signos de seu tornozelo que cria poesia, constelação de pintas e mais pintas espalhadas pelo corpo, será de qual estrela?  Já ultrapassamos a estratosfera de seus olhos, não há mais volta a partir daqui, agora sabemos por que a dificuldade de chorar, e não deve, pois o sorriso é de um brilhante que nem as moças conseguem imitar, será sereia desse mar ou pura imaginação, já não sei. 

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