sábado, 7 de julho de 2012

Observatório 16.

(Desenho: Priscila Tonon.)



            O peito aberto torna-se suspenso ao fato dos olhos desdobrarem os escudos. É como a vida, o encontro de duas mãos, unidas em um verso, um terço de oração, para então afim de tudo, nuca, mãos, pés e pensamento, nunca mais separar.

            O mais belo nos olhos é poder ser observador e observado ao mesmo tempo, assim como tantos outros espelhos por ai, e pra falar a verdade eu já não sei se estou para fora ou dentro de mim.

            Mergulhar em seu abraço é deitar no céu, sentir o olhar de suas mãos, o toque de seus olhos e o desejo quase que infinito de suas sombras na água. O céu, minha querida, é só um pedacinho de papel azul com algumas manchas do café da manhã, alguém que deve ter esquecido um verso, ou outro enquanto acordava no domingo. Queria ter aqui uma maquina de fotografia, seria uma maneira mais fácil para explicar as reviravoltas do meu pensamento.

            Um raio de luz, talvez isto me deixe paralisado até tocar seus cabelos...

            E no universo de seus lençóis, me faço criança descobrindo o sol, suas costas, até o fim da cama, o fim da corda. Seria injustiça, pequena, ter de ir agora, logo agora que acertei o traço deste desenho.

2 comentários:

  1. Meu Deus *-*
    Que lindo!
    Como sempre, sua fã. Seus textos acalentam minha alma, obrigada!
    E obrigada por fazer meu desenho estar aqui.

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    1. Obrigado Priscila
      Sabe como seus desenhos me inspiram, sucesso a todos nós.
      Eu que digo que sou seu fã, seu desenho consegue contornar sutilmente meus pensamentos.

      Obrigado

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