domingo, 9 de setembro de 2012

Rascunho.


            Era para ser junho, mas São Pedro não estava muito para o frio. Esqueceu de ligar o ventilador e acabou esquentando naquelas duas ou três semanas em que ela viajou para o sul.

            Durante muitos anos o inverno foi rigoroso para aquela cidade do sul, mas naquela semana de Junho não. A paisagem continuou com seus tons de vermelho como se fosse Outono, parecia que a aguardavam com delicados presentes de folhas prestes a secar. A temperatura estava exatamente dezoito graus, aquele ato de despir o cabide já não era necessário.

            Lembro como se fosse ontem, a porta do trem abriu e com a fumaça só conseguia ver as sombras e vultos de pessoas com malas e crianças de colo. Foi quando a reconheci. Pateticamente cocei a cabeça e calmamente fui em sua direção, me deparei com uma mulher de cabelos longos, ondulados, de cor tão única que eu mal conseguiria definir, mas era algo tão delicado e perfeitamente desenhado. Cor por cor, fio por fio, onda por onda, do inicio ao fim. Seu vestido verde combinava com as folhas das árvores.
(...)

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