Era para
ser junho, mas São Pedro não estava muito para o frio. Esqueceu de ligar o
ventilador e acabou esquentando naquelas duas ou três semanas em que ela viajou
para o sul.
Durante
muitos anos o inverno foi rigoroso para aquela cidade do sul, mas naquela
semana de Junho não. A paisagem continuou com seus tons de vermelho como se
fosse Outono, parecia que a aguardavam com delicados presentes de folhas
prestes a secar. A temperatura estava exatamente dezoito graus, aquele ato de despir
o cabide já não era necessário.
Lembro como
se fosse ontem, a porta do trem abriu e com a fumaça só conseguia ver as
sombras e vultos de pessoas com malas e crianças de colo. Foi quando a
reconheci. Pateticamente cocei a cabeça e calmamente fui em sua direção, me
deparei com uma mulher de cabelos longos, ondulados, de cor tão única que eu
mal conseguiria definir, mas era algo tão delicado e perfeitamente desenhado. Cor
por cor, fio por fio, onda por onda, do inicio ao fim. Seu vestido verde combinava
com as folhas das árvores.
(...)
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